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Leo Mc 2021
Mistura Xato Mc
Muchilas nas costas
Calço as minhas botas e parto
Beijo a minha esposa que em choros diz amor volta
Impossivel viver com tanta tristeza e revolta
Já me reprimi demais amor sai desta porta
Eu vivo amordaçado me vez sofrendo nos cantos
Carrego a muito tempo a dor de ver meu povo em pranto,
Serei mais uma voz eu sei, se volto com vida não sei, melhor morrer lutando que viver amordaçado
No sul morrem de fome, no norte é tiro da testa, da zungueira indefesa e pra quem se manifesta
fome nas aldeias crianças morrem de sede
Jovem tentou fugir a bala do tiro acerta
Impedido de sair do gueto de pular cerca
Desemprego miséria avançam não pode ser normal
não tem paz só tem lembranças
de Jambas e fogueiras ,pobreza não vem de graça IVA é cobrado na praça
És um filho mal parido cá nas terras dos teus pais, sem dó te demolem a casa não tens pátria pra morar, a cruz que carregamos na zunga na avenida um alambique pra beber pra esquecer e se vender ou na obra do chines, escravatura moderna, estrada esburacada sem retorno qualquer, monte agreste vislumbramos, um futuro qualquer , com a casa destruida sem saida inundada com petróleo maldição, mas não tem medicação,nem se quer educaçao é tudo uma ilusão, do medo nascem sequelas da utopia sem acção,respiramos corrupçao em terra fértil erosão,
Cansados regressamos ao mar repleto insaciável,navio negreiro no antro da perdição , morte mediterrânea no leito da escravidão .
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