Phay Grand o Poeta em entrevista à Nova Gazeta.
Phay Grand o Poeta é dos
‘poetas’ que conseguiram conquistar, mantendo-se fiel à autenticidade
dos poemas que retratam as vivências nos bairros. Quebrou o silêncio ao
NG justificando que está desaparecido para lhe darem mais valor”.
Sente-se longe do mundo que nem sequer usa as redes sociais. “Nem uso
internet”, desabafa.
Anda desaparecido?
Não é bem desaparecer, é um tempo sem lançar álbum. Há dois anos, lancei o último som (‘Atirados à sorte’). No ano passado, ainda participei num “cypher” (uma roda de rappers em cada um, de forma livre, vai rimando um conteúdo pré-escrito ou ensaiado). Mas isso é próprio. De quando em vez, tenho de dar uma pausa e também porque lancei trabalhos em anos seguidos. Quando se lança tanto, as pessoas começam a ver que é algo que se faz do dia para a noite. Tira um pouco o prestígio. Noto que, depois de a pessoa ficar um tempo sem lançar, se dá mais valor ao que tinha feito. Tenho um álbum, desde 2008, só falta lançar.
Não é bem desaparecer, é um tempo sem lançar álbum. Há dois anos, lancei o último som (‘Atirados à sorte’). No ano passado, ainda participei num “cypher” (uma roda de rappers em cada um, de forma livre, vai rimando um conteúdo pré-escrito ou ensaiado). Mas isso é próprio. De quando em vez, tenho de dar uma pausa e também porque lancei trabalhos em anos seguidos. Quando se lança tanto, as pessoas começam a ver que é algo que se faz do dia para a noite. Tira um pouco o prestígio. Noto que, depois de a pessoa ficar um tempo sem lançar, se dá mais valor ao que tinha feito. Tenho um álbum, desde 2008, só falta lançar.
E de que está à espera?
Agora não é como antigamente. Os preços subiram muito. O nosso país não fabrica, pode gravar-se fazer tudo aqui, mas é preciso pagar discos, capas e isso vem de fora. Os preços triplicaram, mas o preço do CD é sempre mil kwanzas. Já não faz sentido. É como gastar dois mil kwanzas em cada disco para depois vender a mil. É estar a dar dinheiro e música ao povo e para nós, que trabalhamos sozinhos, não há condições. Por isso, estou pausado.
Agora não é como antigamente. Os preços subiram muito. O nosso país não fabrica, pode gravar-se fazer tudo aqui, mas é preciso pagar discos, capas e isso vem de fora. Os preços triplicaram, mas o preço do CD é sempre mil kwanzas. Já não faz sentido. É como gastar dois mil kwanzas em cada disco para depois vender a mil. É estar a dar dinheiro e música ao povo e para nós, que trabalhamos sozinhos, não há condições. Por isso, estou pausado.
Mas pedem para voltar?
Aqui querem mais é a música, não se preocupam em apoiar o cantor quando está a vender. Preferem passar as músicas para o telefone. Só querem alguém para os animar. Estão na festa a ouvir a tua música enquanto o dono está rebentado com os discos em casa! Mas também queres que eu lance álbuns de um em um ano?
Aqui querem mais é a música, não se preocupam em apoiar o cantor quando está a vender. Preferem passar as músicas para o telefone. Só querem alguém para os animar. Estão na festa a ouvir a tua música enquanto o dono está rebentado com os discos em casa! Mas também queres que eu lance álbuns de um em um ano?
Não. Músicas…
Já tenho mais de 70 músicas. Há muita música para se ouvir, como não tocam mesmo nas rádios, não sou conhecido, a não ser quem está dentro do movimento.
Já tenho mais de 70 músicas. Há muita música para se ouvir, como não tocam mesmo nas rádios, não sou conhecido, a não ser quem está dentro do movimento.