0A8C90FDB0DFD9F88CEE3D71248BF278 RAP UNDERGROUND ANGOLANO: meios de comunicação em Angola
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terça-feira, 19 de abril de 2022

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA DE ANGOLA.

 OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA DE ANGOLA.  

Na teoria de informação, informação é o conhecimento que um "emissor" transmite a um "receptor" por meio de um canal de "informação". A informação pode assumir a forma de sinais ou código. O canal de informação é, em muitos casos, um meio. Para o destinatário, a informação leva a um aumento do conhecimento.

PARA QUE PRECISAMOS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO "MÍDIA".

Os meios de comunicação cumprem sua "tarefa pública" participando da formação livre, individual e pública da opinião, reunindo e difundindo notícias e informações sobre assuntos de importância geral que cada indivíduo precisa para obtenção de pensamento livre, analítico e multiangular, para encontrar seu caminho na sociedade.
O cerne da tarefa pública é a participação da mídia na formação sobre questões políticas e sociais. Para esta tarefa, a mídia livre representa uma parte indispensável de toda democracia liberal, ou seja, os membros da sociedade têm acesso à informação que eles precisam para serem capazes de formar racionalmente sua própria opinião sobre todas as questões na sociedade. É de enfatizar que a tarefa de disseminação imperturbável de informações através da mídia é "absolutamente constitutiva" para o funcionamento de uma democracia e, o conteúdo da mídia nunca deve ser determinado pelo Estado.

A MÍDIA PÚBLICA ANGOLANA.

A mídia pública angolana: Jornal de Angola (JA), Rádio Nacional de Angola (RNA) e a Televisão Pública de Angola (TPA), é no verdadeiro sentido da palavra, um monopólio do partido no poder, MPLA, desde a independência do país em 1975, e prevalece até hoje capturada.
Embora esteja consagrado na Constituição angolana desde 1992 que, em outras palavras:
a mídia pública deve ser livre ,contribuir na formação livre, individual, pública da opinião e refletir o amplo panorama político do país e, portanto, promover a imparcialidade na informação.

A mídia pública angolana é o porta-voz do partido no poder, em outras palavras, o portal de propaganda do MPLA, à custo zero. Assim, a população angolana é informada de forma a mantê-las na "coleira e no cafrique" psíquico e mental; desacreditar os outros partidos políticos oposicionistas, individualidades que pensam diferente e Organizações Não governamentais; encobrir a verdade; provar as mentiras e espalhar o medo  - todos os dias, todos os meses, todos os anos e há mais de quatro décadas; com o objectivo de perturbar ou destruir o processo democrático e ao mesmo tempo promover o mantimento da ditadura.

A MÍDIA PRIVADA.

A influência da mídia privada é muito pequena e se tornou ainda menor nos últimos cinco anos  - é um desejo imprescindível do.
A única estação privada de rádio autorizada a transmitir em todo o país é a rádio Ecclesia. Todas as outras estações de rádio privadas só devem transmitir para uma específica província ou região determinada pelo o governo.
Não há jornais diários privados que são impressos diariamente e vendidos em todo o país, mas apenas duas vezes por mês e são vendidos somente em algumas províncias.
Na área da TV, o ex proprietário da TV-Palanca foi encarcerado por corrupção; a outra ex proprietária da TV-Zap, fugiu no exílio e os proprietários da TV-Zimbo tiveram que devolver ao Estado angolano, as razões são bem conhecidas na sociedade angolana. No entanto, é de realçar que essas estações televisivas eram também leais ao regime e seus ex-proprietários eram e ainda são do regime.

Só se todos os cidadãos tiverem pleno conhecimento através das informações divulgadas pela mídia de basicamente tudo, é que se pode formar uma opinião pública equilibrada, multiangular, analítica, livre e democrática, em concreto: formação e promoção da democracia.

A FUNCIONALIDADE DA MÍDIA ANGOLANA.  

Na área televisiva, a clareza da propaganda é insuperável. Os noticiários "TPA e TV Zimbo", mais de 90% do tempo de emissão, informam acerca do trabalho do executivo, das actividades partidárias do MPLA e de cerimónias irrelevantes mas que têm a mão do partido. Durante os noticiários surgem os perspicazes "comentadores propagandistas" do partido para expressarem e "temperar" o discurso, nomeações e actividades do PR; actividades do governo e do partido e as cerimónias mesquinhas. Por outro lado, os mesmos astutos "comentadores propagandistas", caso houver alguma informação acerca das actividades dos partidos oposicionistas ou ativistas políticos e sociais, aproveitam para desacreditá-los e demonizá-los.

Nos debates televisivos concernente a várias temáticas, o painel é sempre ocupado maioritariamente por "comentadores propagandistas" membros do MPLA, que expõe com toda veemência as crenças partidárias e não aceitam nenhum tipo de crítica.
Nos últimos 8 anos, tais "comentadores propagandistas" ascenderam aos cargos de: ministros, vice-ministros, governador do BNA, secretários de Estado, embaixadores e de directores nacionais.

Porquê que um país que diz ser democrático precisa de um jornal estatal?
Em democracia os jornais são um negócio de investidores privados.
Porquê que um país que diz ser democrático precisa de um ministro e secretário de Estado para comunicação? O objectivo é mais do que claro: censurar a informação na mídia para fazer valer as intenções "propaganda" do partido governante.
Aliás, o actual secretário de Estado da comunicação social, Nuno Caldas (na foto), foi um dos "comentadores propagandistas" na TPA e na TV ZIMBO, nos noticiários e debates televisivos.
Nem na Espanha, Suíça, Bélgica, Grécia, Inglaterra, ou seja lá onde existe democracia,  um ministério ou secretaria de Estado da comunicação não existe.
Países onde existem tais ministérios ou secretaria de Estado da comunicação/informação, não existe a liberdade de imprensa e expressão  - é uma ditadura.

SURGIU ALGO QUE MUDOU A MÍDIA.

Em 1998 surgiu primeiramente a Google nos EUA. Em 2004 surgiu pela primeira vez Facebook nos EUA. Em 2009 surgiu então o WhatsApp nos EUA.
Para ser mais preciso, com o início do novo século 21, a enxurrada de informações mudou massivamente o cenário da mídia. Em Angola, o Facebook só iniciou em 2008, a WhatsApp no final de 2011. Antes de 2008, a maioria dos angolanos consumiam somente "as notícias embelezadas" da TPA, RNA e JA,  causando assim a "apatia e a hipnotização psíquica" da sociedade angolana. É de enfatizar que, segundo dados da INACOM, no ano 2000 somente 30 mil angolanos tinham acesso à internet.
Actualmente a diversidade da mídia/redes sociais é inebriante e sempre presente, via Internet: jornais, rádios e televisão. Mas para a maioria dos angolanos, porque a Internet ainda está insuficientemente desenvolvida a nível nacional (dados do INACOM, de 25.11.2021, oito milhões e novecentos mil pessoas têm acesso a Internet).

Podemos quebrar o ciclo, podemos quebrar a corrente, se nas próximas eleições escolhemos conscientemente, a linha editorial da mídia pública (TPA, TV ZIMBO, RNA e JA), irá mudar ao serviço da Nação.
Até lá vamos ignorá-los

One Love
Jah, Rastafara.
Alemanha